Tumor de mama é doença comum em fêmeas não castradas

O atendimento de cadelas e gatas com tumor de mama nas clínicas veterinárias é cada vez mais comum em todo o país. A doença é desencadeada pela produção de hormônios do animal que acontece durante os períodos de cio (de seis em seis meses). Os tumores de mama, também conhecidos como neoplasia mamária, comprometem a saúde das fêmeas. Elas emagrecem, ficam debilitadas e, dependendo do tipo de tumor, podem correr risco de morte. Mas por que essa doença se desenvolve?

O aumento de hormônios no período de cio (reprodução) é normal. Mas, infelizmente, este é o fator que induz ao problema. Para evitar que a doença se manifeste, o método mais eficaz é a castração. Segundo o veterinário André Emygdio, da clínica Campo e Lavoura, estudos comprovam que o ideal é castrar a fêmea antes do primeiro cio. “O melhor é evitar a doença, porque em cada cio ocorre um aumento na taxa hormonal e no risco de neoplasia mamária.”

As fêmeas castradas têm 0,5% de chance de desenvolver o tumor de mama em relação aos demais, que não foram submetidas à cirurgia.

Castração: esse é o caminho

Com tantos animais que esperam uma família e aguardam uma adoção, muitos tutores insistem em “tirar” crias de suas fêmeas. Mas, felizmente, apesar dos mitos que envolvem a castração, a cirurgia está em alta. De acordo com o veterinário, o procedimento é simples. “É uma rotina aqui na clínica, as pessoas estão aderindo e entendem que castrar o animal traz benefícios. A recuperação no pós-cirúrgico é rápida e não há nenhuma mudança radical no comportamento”, comenta André.

Vacina anticio: o perigo que custa pouco

Apesar de a castração estar em alta, não é pequeno o número de proprietários que procuram métodos mais baratos para evitar o cio da fêmea. Nesses casos, o mais usado é a vacina anticio. Ela interrompe o processo hormonal sempre que a fêmea vai entrar no período de acasalamento. A vacina é barata, custa em média R$ 10,00.

A questão é que ela desencadeia o problema ao longo do tempo. Uma das reações adversas é justamente a evolução de tumores de mama e infecção urinária. “Para evitar o cio, o tutor tem que aplicar essa vacina de cinco em cinco meses nas cadelas e gatas. Por isso, podemos afirmar que praticamente todas desenvolverão a doença.”

A vacina anticio tem a função de fazer o controle populacional do mesmo modo que a castração, a diferença é que a primeira é mais barata, mas maléfica à saúde.

Sintomas do tumor de mama

Geralmente, o tumor é silencioso. Ele vai aparecendo aos poucos. De acordo com André, os tutores devem ficar atentos; percebendo algo diferente com a fêmea, devem procurar logo uma clínica veterinária. “O primeiro sintoma é um aumento no volume das glândulas mamárias, formando uma espécie de nódulos. Com o tempo, vai causando dores e desconforto na cadela. Como se trata de um câncer, vai depender do tipo para definir o tratamento.”

Tratamento eficaz

Descoberto o tumor, é chegado o momento do diagnóstico. Segundo o veterinário, é feita uma investigação para saber se houve ou não metástase, por meio de exames complementares. Depois, caso não seja observado nada significativo, é indicada a remoção cirúrgica do tumor. Logo após o procedimento, o mesmo passa por uma análise que verifica se o câncer é maligno ou benigno e se será necessária a quimioterapia.

Nesta semana a Laika, uma cadela, passou pela cirurgia. Sua tutora identificou o volume nas glândulas e a levou para uma consulta. O veterinário André Emygdio diz que Laika teve muita sorte. Ela foi diagnosticada com vários nódulos mamários, de um a quatro centímetros. Precisou passar pela cirurgia de remoção e agora aguarda análise para ver se irá precisar de quimioterapia. Mas ela passa bem.

Segundo André, o ideal é levar o animal ao veterinário o quanto antes. Laika chegou à clínica com tumores que mediam de um a quatro centímetros. “A cirurgia é bastante complexa e demorada, porque dependendo do tipo de tumor retiramos todas as mamas. A recuperação leva no máximo dez dias, dependendo do animal.”

Com todo o sofrimento que a fêmea enfrenta, não vale a pena economizar nos métodos de esterilização. O ideal é a castração antes do primeiro cio para evitar a formação dos hormônios e consequentemente o desenvolvimento dos tumores. Os tutores que fazem uso da vacina anticio devem repensar sua posição. É isso que tenta o veterinário. “Nas consultas, sempre aconselho os tutores a evitarem essa vacina, falo dos males que ela acarreta e aviso que o barato pode custar muito caro”, declara. A castração é sim um procedimento mais caro, mas é o método eficaz para garantir a saúde de sua cadela ou gata muitos anos pela frente.

Gatos e Crianças

Pesquisa publicada no jornal médico The Lancet revela que: crianças que convivem com gatos têm menos chances de serem asmáticas. Os pesquisadores descobriram que altos níveis de poeira do pelo de gato na casa diminui o risco de asma para algumas crianças, aparentemente alterando a resposta imune a gatos.

Os gatos são muito diferentes dos alérgenos caseiros como os ácaros do pó. Estas criaturas microscópicas induzem o ato de espirrar e se escondem nos travesseiros, camas e carpetes. Quanto mais ácaros a casa tiver, mais chances você terá de se tornar alérgico e desenvolver asma, num grau tão intenso que cause constrição das vias aéreas, tornando a respiração difícil.

Os gatos são diferentes porque quanto mais alérgenos de gato na casa mais protegidas estarão algumas crianças, afirmam os estudos. Os pesquisadores estudaram 226 crianças, entre 12 e 14 anos, medindo seus níveis de anticorpos para poeira de pêlo de gato e poeira de ácaro, assim como a quantidade de alérgenos de gato presentes na casa. Pequenas ou baixas quantidades de poeira de pelo de gato pareceram desencadear alergia, mas altas quantidades reduziram a possibilidade de desenvolver asma e alergia a gatos.

Esse resultado altera o tipo de conselho que os médicos dão aos seus pacientes, quando recomendam aos pais que não tenham gatos ou se desfaçam deles se estão preocupados com a possibilidade de seus filhos desenvolverem uma condição asmática. Entretanto, isso não é válido para todas as crianças, a exposição a altas quantidades de alérgenos de gatos para algumas, pode ser um fator de risco.